Carta de Suicídio

Não posso mais suportar o peso do nada.
O começo foi o fim e o fim foi o meio,
meio do dramático diálogo entre a linha tênue
divisora do limite e do suportável.

Permito-me dançar a dança de mais uma morte,
em seus braços entrego-me para uma história de dormir.
A infância oculta e contente,
a luta defronte catedrais.
O povo eufórico esperando a entrega do elemento vital
A maldade brota por geração espontânea 
ronda pela cidade de ossos,
isso não é mais pra mim.

A materialidade cansa e deturpa
vi isso por cinco respiros em uma caixa na imensidão.
Esses respiros me sufocam.
Do agora sente para cessar a sensação
Do agora vê para o adeus eterno
Do agora palpável para a latência obscura
O amor teria me amarrado os pés na cama,
mas não senti nada e nem mais desejo
nem se quer posso nomear 3
a não ser o peso do corpo balançando suspenso por uma corda...

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