CADERNO DE FICÇÕES

Te Amo, Adeus Há algo que dói mais que o luto: a dor do adeus. A incerteza do amanhã e a incapacidade da promessa nos fazem frágeis e deixam a vida sem sentido. Com mais dor e menos curativos e sem sedativo aquele tempo foi como papel na chuva em meio ao apocalipse de árvores e nuvens de pedras. Tento achar meu próprio caminho, num mundo onde você não exista. A vida novamente me condenou ao meu lugar 6 anos de prisão bem longe da razão de eu estar aqui e a fuga deixou de ser opção há muito tempo.

Carta Para Um Anjo Sem Asas II  Dedicado à Thais  Não cabem nas linhas por mim escritas, a importância da tua simples presença na minha vida. Inúmeras qualidades das quais poderia citar e descrever, porém, farei apenas de três. A começar pela beleza, estampada em tamanha ternura, toque macio e confortante, capaz de fazer qualquer um atravessar o mundo a pé, apenas para provar uma gota de tal segurança. Sua dedicação imposta nas coisas julgadas inúteis, mas que continuas a fazer, prova da força carregada em um único braço, que mesmo exausto, não se importa de suportar o peso das consequências. Isso é seu e ninguém poderá tirar. E quanto à sua fé, expressa na postura, capaz de mover muito mais do que montanhas... faz qualquer precipício pequeno e tranquilo para te fazer voar. Sua fé te salvou, te deu coragem e me transformou. Beijos daquele menino de ouro.

Tempo Sei que não voltará mais prometi não duvidar de suas palavras, mas eu vi, com meus próprios olhos. As estações mudarem, o espelho se deformar lágrimas secarem e esperanças se frustrarem. Esperei meu tempo passar e assim o perdi, fiz a coisa mais difícil e mais fundamental que o universo pode oferecer: acreditar. Acreditar foi difícil, mas viver foi sacrifício, fiquei parado no mesmo lugar enquanto você se movia com independência. Passei a jornada como um cão sem dono, esperando alguém me fornecer conforto. Mas agora que estou morrendo, percebi meu sofá nunca poderia me decepcionar.

Tinha um amigo, seu sonho era voar o vento soprava, batia na sua janela. Ele tentava embarcar, se acomodar como se fosse pegar o ônibus, queria se desprender da gravidade, só ir. Eu o apoiei, ligava pra ele todo dia com a mesma esperança de um garoto. Quando as rugas apareceram, ele percebeu que seu sonho foi utópico e a culpa não era sua, Fi-lo acreditar no impossível. Morreu sonhando, enquanto esquecia da vida ele desistiu, precisou da mesma força que eu usei para desistir do meu sonho: mostrar que vale mais sonhar feliz do que viver triste.

Trem II Em alto mar, vejo-me aflito. Sua demora me segura pelo pescoço, onde corre o suor frio que reflete estrelas. Esqueço de tudo quando chegas, parece que já esperava por esse momento papos clichê, taças de champanhe e musicas, via-me nascendo naquele instante. Vida aflorou, pois só vivi aquilo e nada mais e foi na praça depois do jantar que ouvi o trem. O silêncio aumentou, a conversa se calou e as estrelas mudaram sua feição em segundos. Abri minha boca para contar o que acontecera e a cena final daquela noite foi os olhos dela se enchendo de lágrimas.

Projeto Cruz Vermelha I O jogo é foda, parça! Se prepara quebram, comem a gema e joga fora a clara e jogando na sua cara, o que dinheiro nenhum paga. você nasceu sozinho e tá contra o mundo se sente algo, guarda isso lá no fundo e guardando lá no fundo, teu espírito imundo daqui o melhor verso lírico é oriundo. Vagabundo fala fala fala e ainda quer ser o segundo. Profundo saber que na periferia não amanhece o dia, pra quem é honesto e justo nada vingaria o que rolou naquele dia, você não me contaria novamente o medo tomou conta da sua vida. Mas enquanto respira, produzo poesia com sinestesia e se tu quiser de cortesia, antes da hipocrisia, olha primeiro nossa galeria proletário vagabundo vai de contra a burguesia. Projeto Cruz Vermelha é um projeto em que faço poesias no formato de letras de Rap, sem pretensão de sair do papel e ir para o estúdio. Outros poetas podem aparecer no projeto, para unir jeitos difer...